terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Fundo do Poço

À Edilza (amiga que ri da desgraça alheia)

Você acaba o namoro. Dá tchau! Fica com o ex (outro). O ex (mais recente) lhe manda inúmeras mensagens nas setenta e duas horas posteriores. Você pensa “tá tudo sob controle, ele me sacaneou e eu fiz o que deveria”. Até que o luto latente se faz concreto e você liga:

- Qual é a tua?!

Ele não entende/se faz de doido (especialidade masculina) e você é mais clara.

Ele justifica, mas não pede desculpas (falta de sensibilidade!!!!) e você “rasga” a verdade:

- Fiquei com o ex, mas não me sinto culpada. Apenas uma atitude semelhante a sua.

Ok. Tá tudo certo. Permanecemos separados?!

Não é bem assim... Ele diz:

- Amanhã é um novo dia.

Mas, não liga, não dá notícias e você prestes a cair na armadilha... Fica na SUA e ele aparece com um discurso deprimido e generalista (nada a ver com você ter ficado com outro cara e/ou estarem separados) e ainda conclui:

- Mais tarde, se tiver ânimo, ligo para você.

Hã?! Que tipo de cara diz uma coisa dessas? Um safado ou um coitado?

Você, encurralada, se pergunta “Meu Deus, o que há? Ele precisa de mim?”. Está presa a ilusão e, em perigo, está prestes a perder o equilíbrio.

Ora e diz “Senhor me permita ajudá-lo!”.

O Senhor lhe repreende através da palavra e fala “Quem você pensa que é?! Somente Deus dá a luz, somente Deus abençoa!” (interpretação de quem vive o drama)

Vai à igreja. O pregador diz que você pode estar buscando o tesouro errado, que precisa encontrar o Reino de Deus. E você conclui: “Ele é o meu tesouro – tudo errado – preciso me desprender”. Não ligo mais! Não vou tentar ajudá-lo.

Passa o tempo e, ainda na igreja, fala-se sobre a família. O pregador diz:

- Você que está pensando em desistir daquela pessoa irmão/ irmã... Não desista, lute por ela, não a abandone.

Pronto!!! É o fim. Você CAI NA ARMADILHA e liga.

Liga novamente. Mais uma vez. Ele não tá nem aí... Você tá presa!!!

Meu Deus! É o fim. O que será de mim?

É quando você pensa “Eu tenho a síndrome do fundo do poço” e continua a ligar.

Algo estranho acontece e ele, sem querer atende. Você ouve a conversa e descobre onde ele está.

Hora de ir ao fundo do poço.

Vai até lá. Interrompe a conversa de um casal (detalhe). Discute a relação e volta para casa com esperanças.

É inacreditável, mas você ainda acredita que ele precisa de ajuda.

Culpa-se. Foi ao fundo do poço e ainda não “se tocou”. Ainda não consegue encarar a realidade.

O que há com você?!

Será que já não está lá no fundo?! Precisa descer mais?

É quando “topa” e percebe que chegou até ali por esperança.

“E se ainda restasse água?! Não, não poderia desperdiçá-la.”

Para a sua tristeza e conformação descobre que a água acabou. Talvez nunca tenha existido...

Então, olha para cima e pensa:

“A superfície me espera!”

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