quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O sentido da vida

Em 2009.2
Às vezes me pergunto - “Qual o sentido da vida?” – viver, sobreviver, manter a espécie...
Não sei... Difícil dizer!
Hoje tenho 28 anos, uma filha de quatro anos, um trabalho, muita coisa para estudar e múltiplas necessidades. Sim! Meus anseios se modificaram e se transformam sempre.
Quando criança bastava-me o amor materno e a segurança que este oportunizara.
Na adolescência o desejo de liberdade, a busca pela autonomia, o sonho de encontrar um “príncipe encantado” e de ser por ele amada mantinham-me firme na caminhada.
No início da vida adulta a busca pela admiração e reconhecimento alheios, bem como a garantia de uma carreira sólida no âmbito acadêmico e profissional me fizeram lutar.
Enquanto mãe o infinito envolvimento com o caminho rumo à sensação de estar fazendo o “certo” (ao educar) me orienta a um “viver” diferenciado e indescritivelmente solidário.
Hoje?! Vejamos...
Menina bonita, criança esperta!
Adolescente romântica e por que não dizer problemática?
Mulher moderna, que se garante: trabalha, estuda, cuida da filha, administra a casa...
É?! Não apenas...
Mulher sozinha, que tem medo, fica deprimida e chora. Sim, admito! Choro. Choro com saudades, choro por arrependimento, por amor, por medo. Eu choro...
Vivo e sobrevivo, durmo e acordo, caio e levanto, escrevo e apago, revivo, espero, desejo, necessito...  
O que devo buscar? Onde devo procurar? Quando vou com a satisfação encontrar?
Tenho quase 30 anos e ainda busco amor de mãe, de pai, de filha e – por que não dizer – do velho príncipe encantado que habitara minha adolescência...
Não posso dizer que não sou feliz, algo dentro de mim não permite (quanto não! Ponto de reflexão). Tenho tantas coisas, fiz tantas conquistas...
Mas, ainda sinto uma falta, uma necessidade em aberto, algo que não consigo identificar.
Será que esse é o sentido da vida?! Buscar algo – mesmo sem saber – que não temos...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Crise existencial em versos

Contradições!? (setembro/2009)

Me sinto fraca
Demonstro força
Meu corpo dói
Falo grosso
Quero dormir
Não consigo
A insatisfação
Toma conta de mim
Não estou feliz comigo
Como, jogo, me afobo
Não gosto de jogar
Não tenho fome
Não desejo maltratar
O que há comigo?
Tenho um amor
Quero que fique perto
Quero que fique longe
Não sei o que fazer
Meus sentimentos são tortos
E posso fazer os do outro mortos
Às vezes acordo triste
Sem vontade de ver ou ouvir
Não, mas nunca pensei em morrer
Quero viver!
Busco uma plenitude
Busco atitude para alcançá-la
Mas, como?
O que devo fazer?
Parece que sou aberta e sincera
Mas, no fundo...
No que tenho de mais profundo
Não me deixo conhecer
Me sinto invadida
Parece que estou a esconder
Algo que nem eu conheço
Um ponto fraco
Então, ataco!

A razão carente (setembro/2009)

O amor
O desejo
O apego
Que pelejo...

Calor!?
Quentura!
A jura...
A censura
Que perdura.

Ah, o medo!?
O sentir
O cair
O ferir
Faz partir...

Que razão?
O coração!?
A emoção!
A comoção
Que me nega ou não.

Nego
Renego
Sem jeito
Rejeito.

Afirmo
Insisto
Refuto
E busco...

Inconsciente
Intermitente
O desejo inexistente
Que anuncia a razão carente.


O grito (setembro/2009)

Pensar sobre satisfação
É desvelar meu coração
É ver a mentira
Que habita em mim
É invadir meu próprio ser
Que outrora ignorei
Por que não pensei?
Pensar!?
Invasão agressiva
Dor desconhecida
Mexer em ferida...
Me conhecer
Me enlouquecer
Querer... Isso existe?
Não encontro
Fico triste
Quero querer a vida
Que não encontro à vista
Ou ao ouvido
E o sentido?!
Sim, o sentido
Não encontro...
Cogito, regurgito
GRITO!!!!!!

Quem sou eu? 2010.2

Quem sou eu
O que é tipicamente meu
O que de mim
Não apareceu?

Devo me permitir
Ir e vir
Simplesmente sentir
E esperar o "por vir".

Fazer o que intuir
Chorar ou sorrir
Viver a verdade
Descobrir a sinceridade...

Sem dor, sem culpa
Explícita ou oculta
Pois o meu grande temor
É não saber quem eu sou.

Não me conheço,
Não completamente
E sinto, de repente,
Algo novo em mim.



Sorrir ou refletir, eis a questão...

Antes que a anestesia acabe

Final da aula. Cem quilômetros a percorrer até em casa. Buracos na estrada. A música do créu. Oh, meu Deus! Além disso, um grande ponto de interrogação: o que é paixão?

Você chega em casa. Pensa em dormir. É quando ouve uma voz eufórica "Mãe, já está de manhã?". Outra interrogação que não lhe permite descansar.

O relógio marca meia-noite e vinte. "Filha, o que é paixão?" E ela fala com tom autoritário "Eu não vou dizer, quero DVD". Aquilo consegue inquietá-la ainda mais. "Só vai assistir se responder". "Tá bom! Paixão são duas pessoas que namoram, mas paixão não é namorar, é casar".

Aquilo lembra as recomendações maternais: paixão é ilusão, é engano. Você reflete: paixão, engano e casamento... Tudo a ver! Por que não ouvi os conselhos da mamãe?

São duas horas da manhã. A criança dorme. As luzes se apagam. O despertador toca num abrir e fechar de olhos.

São seis horas da matina.

A hora está avançada. Você sai. Algumas pessoas da família, como que se confraternizando, falam que não há novidades, não se tem o que fazer ou sobre o que falar.

Dona Augusta, minha avó com 87 anos, está na janela com olhar curioso. Então lhe pergunto "Vó, o que é paxão?" Ela torce a boca e diz "Isso é um troço qualquer, uma mentira que inventaram para enganar os bestas".

Um primo interfere: Paixão existe, mas é um momento de fraqueza. É mentira, pois se acredita não poder viver sem alguém. Tem cabimento?".

São sete horas. O atraso ao trabalho fica cada vez mais próximo. Não dá para sair dali. Fui enganada, fui fraca, vivi uma mentira.

Nesse momento, uma prima diz "A paixão acontece quando o coração dispara, se perde o chão, se sente calafrios. É como uma anestesia".

Chica, uma senhora que vive pegando carona nas refeições na casa da minha vó, entra na conversa e diz "Entonce é bom!".

A prima, que acabara de definir paixão e contara com a apreciação de Chica, se surpreende ao ouvir do seu marido "Bom?! É pura enganação. Você não conhece o outro, fica cego e não reconhece os seus defeitos. Tudo é mil maravilhas. Depois...".

A prima arregalou os olhos. Pensei: o efeito da anestesia que lhe aplicaram está findando.

Sete e trinta. Você já está atrasada, então corre. Mas não vai ao trabalho, sai à procura do seu marido. Melhor separar antes que a anestesia acabe totalmente...

Mania de refletir: a origem

Como alguém que (segundo comentários) transforma tudo em reflexão, nada melhor do que criar um blog, daí o nascimento do "Mania de refletir".

Com falta de habilidade para lidar com os "espaços virtuais", mas com grande desejo de REFLEVER ou ESCRETIR (para mim escrever e refletir estão intimamente ligados e podem se confundir), inicio timidamente.

Começarei com a socialização de produções anteriores que podem se configurar como conversas interiores (comigo mesma) ou como lazer (quando escrevo para sorrir). O que virá depois?! Difícil dizer...

Tenho uma forte tendência a MUDAR e, atualmente, a DÚVIDA é uma companheira frequente. Mudo de casa, de cidade, de trabalho, de IDEIA. Vivo intensamente e as coisas acontecem rápido demais... Bom, ao menos é assim que penso agora!