domingo, 6 de novembro de 2011

Vai apostar?!

Quanto vale um amor vivido?

E um não correspondido?

Um coração partido?

Lágrimas e arrependimento.

Noites em claro.

Coração ao relento que deseja adormecer ou se embriagar de prazer.

Custa caro. Muito caro!

Vai apostar?!

Não. Não olhe para mim...

Sim!!!

Eu já amei e fui amada.

Viciei-me.

E como viciada me pus a apostar...

Não importava o quanto iria perder, pois sempre havia a esperança de ganhar.

Como ganhei!

Os olhos brilhavam...

E com o desejo de repetir vitórias, voltava a apostar.

As derrotas começaram a surgir, mas se perderam em meio ao desejo e a esperança de ganhar...

Vieram paulatinamente, mas não ofuscaram o brilho no olhar que, se sobrepondo às lágrimas, se encaminhava para a dor.

Como típica viciada, não conseguia parar.

Na continuidade das apostas me mantive na dinâmica de AMAR e SOFRER, sendo tomada cada vez mais pela DOR do que pelo AMOR.

Ah, o tão sonhado amor!!!!

Hã?!

Alguém me puxa.

Fala-me.

Grita!!!!!

“VOCÊ SOFRE ALÉM DA CONTA”

É quando olho para mim, penso e digo:

Proteja-se do desejo de acolher e de viver o grande amor.

PROTEJA-SE!

Abra os olhos!!!!

O que há de real e/ou de ideal(izado) em sua volta?

Vai apostar?!

Não. Não mais...

Quanto maior a aposta, maior a possibilidade de frustração, de dor e do tão temido SOFRIMENTO.

Pra mim CHEGA!!!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Aquela Luz

O sol já apareceu sessenta e seis vezes depois daquela noite. A cada vez, uma força, uma cor...

No primeiro dia nem me afetou! Para me proteger muni-me de razão e da certeza de que mais alguém me amava...

Nos dias posteriores, senti a angústia e a raiva que, incendiados pela constatação de que um amor não substitui outro, me queimaram por dentro.

Juntos ao sol vieram os “prazeres do verão” e me fizeram pensar antes só do que ser infeliz, ou ainda, diante da covardia, melhor uma atitude ruim que nenhuma atitude.

Mas, logo vieram as nuvens escuras e, como em tempo de chuva, me inundaram de tristeza e lamentações...

Lamentei pelo que aquela luz que se foi despertou em mim. A vontade de viver, de ver, a inspiração, aquele arrepio...

Tudo se foi!!!

Novamente, o sol se pôs e veio uma nova luz, uma nova cor, uma nova força...

A terra girou!

E vivendo idas e vindas, dei-me conta de que assim como a gravidade nos prende ao chão, algo me puxa para o passado.

Luto em vão! Levo-me a um encontro que nunca ocorre e que através da ausência me penaliza com a indiferença.

E a Terra... Continua a girar!

Quero me libertar, seguir...

Alguém morre!

Não dá para acreditar! Olha o que eu tento fazer...

É a esperança que agoniza... Corre risco de morte!

Não sei o que fazer!!!!

Quantas vezes a Terra terá que girar para que venha aquela luz?! Aquela que me enche de sorrisos, de paz, de VIDA?!

Resta-me desistir, matar a esperança e esquecer aquela luz ou seguir esperançosa com a indiferença cravada no peito?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Chega de correr!

                Preciso me preparar para a vida, me preparar para o amor, preciso me conhecer...

                Converso, escuto, leio e dou-me conta...

                Estou em descompasso com o mundo!

                Chega de correr?!

                Caminhando, olho para trás.

                Vejo-me correndo.

                Hora de parar!

                Agora consigo enxergar...

                Sim. Há um sentido secreto nas coisas da vida. 

                Quem sou eu?

                Ainda não consigo responder...

                Mas, estou certa de que desejo ir com calma e, pacientemente, esperar...

                Chega de correr!

              Ainda tenho fôlego para a corrida, mas a liberdade me oferece a opção de escolher e eu escolho ficar quieta ou simplesmente caminhar...


                Chega de correr!

                Olho o mar, as dunas, o sol e SINTO!

                Surpreendo-me com a felicidade que me toma.

                Nada fui buscar naquele lugar!

                Mas, de repente, meu coração se enche, um sorriso se mostra e tenho vontade de gritar...


                Chega de correr!

                Mais uma vez, PÁRO.

                Preciso aprender a dizer NÃO, a dizer ADEUS.

                Sim. Às vezes é mais fácil, menos doloroso dizer NÃO POSSO do que dizer  NÃO QUERO.

                Mas vou me arriscar...

             Eu NÃO QUERO me conformar com o mundo, com o que se mostra comum e que, ao mesmo tempo, me insulta e destrói...

                Chega de correr!

                Por que aceitar o mundo e não aceitar a mim mesma?

                Desejo acolher-me, conhecer-me e guiar-me ao que busco.

                Chega de correr!

                Eu quero me conhecer, amar e VIVER!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eu, o Outro e o Sonho

Eu acordei e corri. Precisava deixar registrado... Eu ME vi de novo! E dessa vez eu consigo lembrar. Apressei-me para não me escapar novamente.

Derrubaram os muros envoltos ao meu EU, não cri, DUVIDEI - Não! Não pode ser. Por quê?! - Pensei, inicialmente, em outrem. Meu Deus, e se algo acontecer a... Temi perder alguém. Os obstáculos foram transpostos e EU poderia ficar sozinha comigo, alguém que nem BEM conheço.

Senti medo. De repente fiquei exposta, vulnerável... Mas, sempre conseguimos maneiras de nos “fechar”, de nos proteger... Fechei as portas!!!! E me tranquei, novamente, em mim. Mas, dessa vez pude me enxergar e tentar me explicar a mim mesma.

Às vezes não gosto de mim, sabe?! Clarice Lispector fala que escrever é se conhecer, falar de si, se olhar, diz que até mesmo quando damos conselhos falamos de/para nós... Ela se enoja de ler a si mesma e eu me canso de mim.  De tanto escrever, me olhar, aconselhar, falar comigo SUFOCO a mim mesma. Os outros parecem ser tão MAIS divertidos!!!!!

Difícil dizer quando tudo isso começou. Alguém me disse, e dessa vez não fui eu, que deveria desconfiar. Até, então, olhava e nada via. Mas... Aquela informação, aquelas palavras me fizeram olhar para o outro e, novamente, enxergar a mim mesma.

Sim. Aquele homem!!!! Eu o via como um “coitado”, alguém que, por ser vítima de uma má educação, se mantinha estático, sem expectativa de vida... Não estudava, não trabalhava, NADA fazia. Mas, essas certezas se foram como que levadas por um tsunami provocado pelo comentário alheio.

De repente, passei a enxergá-lo com o olhar do outro junto ao meu e isso fez uma diferença! Agora era estranho, me vigiava... Um barulhinho meu, um sinal e ele aparecia com aqueles olhos vermelhos indecifráveis. Sentia medo e não sabia. Olhava para o outro e não para mim.

Mas, naquela noite... Olhei e, de imediato, só consegui enxergá-lo. Sim! Mais estranho do que nunca. Isolado, com as mãos entre as pernas, me olhou. Senti arrepios que só se mostraram para mim horas depois... Quando me enxerguei.

Deitei-me e dormi. De repente, o muro foi abaixo! Meu Deus, o que ocorrerá com as pessoas a quem amo? E, eu!? O que ocorrerá comigo?

Foi quando veio o arrepio tardio.

Vejo-me! Sem muros fiquei vulnerável, exposta... Libertaram quem estava preso a mim e a quem eu julgava proteger. Espere! Tenho MEDO da liberdade dos outros ou da minha própria? E aquele homem estranho e, de uma hora para outra, assustador?

Encaro a realidade. Alguém derrubou os muros, mas eu mantenho as portas fechadas para a liberdade e, me fechando, na tentativa de me conhecer prendo o outro e a mim mesma a este desconhecido chamado EU.

Ao dormir me vi.  Num sonho enxerguei o que escondia de mim... Se me conheço, se falo sobre mim... Posso conhecer o outro, entender o outro. Será?

Nada fica claro!

Assim são os meus sonhos. Assim sou EU para MIM: algo/alguém obscuro e incompreensível.

Mostro-me, me vejo através do outro e, para a minha surpresa, não sou EU.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O poder: pauta de uma conversa comigo mesma

Domingo à tarde. Filminho à vista! O fantasma das minhas ex-namoradas. Tudo a ver com o meu momento. Os términos, os ex, o legado das relações que não deram certo... É quando vem o ensinamento:

 “Em um relacionamento o poder é de quem se envolve menos”.

Poder!? É isso o que desejamos quando nos relacionamos amorosamente?

A consciência de que precisaria me sentir superior ao outro para me relacionar me faz sentir covarde. Significaria dizer que não estou bem comigo, que preciso fazer alguém estar a minha mercê e, quem sabe, sofrer para me sentir importante...

Não, não dá! Não combina comigo...

 É quando penso em outra fala do filme (pensei, apenas por um momento, que a partir de agora, poderia seguir esse raciocínio):

 “Decidi não me envolver mais com uma pessoa a quem eu precise mudar, fazê-la diferente!”.

Mas, penso: essa ideia também é ilusória, nos coloca numa posição privilegiada, de alguém superior, que “salva”, melhora o outro.

Sendo assim, também é alimentada pela necessidade de sentir o poder... O poder de modificar alguém, ajudar a alguém pelo que este sente por ti.

Bizarro!!!!!

Nas duas falas sentimos a centralidade do EU.

Afff, passada em Cristo!!!  Começo a fazer descobertas...

Mais reflexões e/ou conclusões?!

O AMOR deve se centrar no outro. Se você conquista para que o outro se envolva e você sinta o PODER... Se você ama/cuida para mudar o outro e se sentir IMPORTANTE...  Não! Você nunca viverá aquele amor e/ou desfrutará daquela felicidade. E sabe por quê?!

Porque, dessa maneira, você consegue olhar somente para si, para a sua necessidade de estar em destaque, de se sentir superior, de se sobrepor...

 Aquele que apresenta essa postura pode pensar EU ME AMO. E isso justifica o cuidado, a importância que garante para si?

Não! Acredito que não.

Significa que quem age assim tem problemas e, portanto, questões a resolver.

 Admito.

EU TENHO QUESTÕES A RESOLVER.

Claro que sempre podemos fechar os olhos e seguir iludindo aos outros e a nós mesmos...

Já pensou em morrer para si!? Ouvi alguém dizer que se deseja cultivar grãos no outro, fazer brotar amor, precisa morrer para si...

Sim! Abrir mão da vaidade – de ser imprescindível para o outro - e ignorar o medo de sofrer com o envolvimento...

Quando penso nos MEUS problemas, naqueles aos quais consigo enxergar, lembro dos meus amigos e amigas e da relação que estabeleço com todos.

Eu sempre estou disposta a receber aquilo que os amigos podem/querem me oferecer e é muito bom... Eu confio neles! Se eles me dizem não, eu ENTENDO. Se eles não me ouvem, se “furam”, eu RELEVO. Eu não questiono o sentimento deles por mim. Eu não me sobreponho, não preciso ser imprescindível, eu não exijo, eu ACATO, eu AMO.

Assim concluo EU NÃO QUERO O PODER, EU QUERO SIMPLESMENTE FAZER AMIGOS.






terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Fundo do Poço

À Edilza (amiga que ri da desgraça alheia)

Você acaba o namoro. Dá tchau! Fica com o ex (outro). O ex (mais recente) lhe manda inúmeras mensagens nas setenta e duas horas posteriores. Você pensa “tá tudo sob controle, ele me sacaneou e eu fiz o que deveria”. Até que o luto latente se faz concreto e você liga:

- Qual é a tua?!

Ele não entende/se faz de doido (especialidade masculina) e você é mais clara.

Ele justifica, mas não pede desculpas (falta de sensibilidade!!!!) e você “rasga” a verdade:

- Fiquei com o ex, mas não me sinto culpada. Apenas uma atitude semelhante a sua.

Ok. Tá tudo certo. Permanecemos separados?!

Não é bem assim... Ele diz:

- Amanhã é um novo dia.

Mas, não liga, não dá notícias e você prestes a cair na armadilha... Fica na SUA e ele aparece com um discurso deprimido e generalista (nada a ver com você ter ficado com outro cara e/ou estarem separados) e ainda conclui:

- Mais tarde, se tiver ânimo, ligo para você.

Hã?! Que tipo de cara diz uma coisa dessas? Um safado ou um coitado?

Você, encurralada, se pergunta “Meu Deus, o que há? Ele precisa de mim?”. Está presa a ilusão e, em perigo, está prestes a perder o equilíbrio.

Ora e diz “Senhor me permita ajudá-lo!”.

O Senhor lhe repreende através da palavra e fala “Quem você pensa que é?! Somente Deus dá a luz, somente Deus abençoa!” (interpretação de quem vive o drama)

Vai à igreja. O pregador diz que você pode estar buscando o tesouro errado, que precisa encontrar o Reino de Deus. E você conclui: “Ele é o meu tesouro – tudo errado – preciso me desprender”. Não ligo mais! Não vou tentar ajudá-lo.

Passa o tempo e, ainda na igreja, fala-se sobre a família. O pregador diz:

- Você que está pensando em desistir daquela pessoa irmão/ irmã... Não desista, lute por ela, não a abandone.

Pronto!!! É o fim. Você CAI NA ARMADILHA e liga.

Liga novamente. Mais uma vez. Ele não tá nem aí... Você tá presa!!!

Meu Deus! É o fim. O que será de mim?

É quando você pensa “Eu tenho a síndrome do fundo do poço” e continua a ligar.

Algo estranho acontece e ele, sem querer atende. Você ouve a conversa e descobre onde ele está.

Hora de ir ao fundo do poço.

Vai até lá. Interrompe a conversa de um casal (detalhe). Discute a relação e volta para casa com esperanças.

É inacreditável, mas você ainda acredita que ele precisa de ajuda.

Culpa-se. Foi ao fundo do poço e ainda não “se tocou”. Ainda não consegue encarar a realidade.

O que há com você?!

Será que já não está lá no fundo?! Precisa descer mais?

É quando “topa” e percebe que chegou até ali por esperança.

“E se ainda restasse água?! Não, não poderia desperdiçá-la.”

Para a sua tristeza e conformação descobre que a água acabou. Talvez nunca tenha existido...

Então, olha para cima e pensa:

“A superfície me espera!”

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Caminhos

A Rômulo (meu amigo inspirador)

Não, não quero me perder em meio aos obstáculos. Desejo mudar o rumo, encontrar a saída, desprender esforços e caminhar.

Chega de ficar em casa. Que tal um barzinho ou um forró pé de serra!?

Chorar? Só pontualmente. Para higienizar a alma, livrando-me das impurezas com as quais alguns caminhos me marcaram.

Preconceito? Um senhor cruel que nos impede de viver. Pretendo ignorá-lo e buscar aquilo que me faz feliz.

Esconde, esconde... Brincadeira infantil que, por vezes, compõe o universo adulto. Sou uma mulher e desejo conquistar o mundo. Nada de me esconder!

A vida é como um filme e, neste, temos dois caminhos: ser coadjuvante ou protagonista. Enquanto no primeiro corremos o risco de ser esquecidos, no segundo podemos ser a razão da história.

Um caminho errado nos traz insatisfação e enxergamos inadequações – “me visto mal, falo bobagens, estou fora de forma...” – Às vezes o inadequado é o caminho. Então, é hora de mudar o rumo!

Trabalho e vida, vida e trabalho são elementos indissociáveis que nos fortalecem, compondo a nossa atividade no mundo. Trata-se de uma estrada rumo a realizações individuais e coletivas. Presto serviço à sociedade, ajudo a desvendar caminhos...

Quando me sinto mal, sem rumo, desiludida... O jeito é aceitar, compreender que, como a tempestade, esse é um fenômeno natural que vai passar. E aí, sim! Quando passar... Iniciar uma nova caminhada.

Sim. Quero um caminho no qual eu possa sentir a luz do sol e a vibração das cores da vida.

Amigo, amigo! Desejo lhe falar “Deus dará de volta tudo pra você!” Essa música diz muito: devemos sempre nos empolgar diante de novos sonhos, diante de novos caminhos...

Homens de ontem, mulheres de hoje?!

Domingo. Redes armadas. Várias amigas. Assunto: bolo de aniversário, filhos e afazeres domésticos. Cachorro-quente vai, filho vem, quando uma amiga sugere a outra:

- Já que o seu marido não quer comer o bolo, que tal levar uma porção para casa?

- Ele não está nem me querendo, quanto mais o bolo!

O silêncio se integra a risada coletiva e aos entreolhares e a amiga desavisada desabafa e desaBROXA!!!!!

Certa vez, em um dia dos namorados, preparara uma noite que teoricamente seria inesquecível e foi!!!

- Comprei velas perfumadas na cor verde, cobri a cama com um lençol branco, comprei cerveja e vinho, comprei gelo (quebrei a braço!) e coloquei num balde de manteiga envolto a uma toalha branca (não tinha aqueles chiques). Apaguei a luz e o esperei com as velas acesas e uma lingerie branquinha, bem enxeridinha (destaca), o meu marido entrou e disse [...]

- Quem morreu aqui?

-BROXEI!!!! O jeito foi assistir TV.

Em outro momento, após namorarem no carro (ADOROU!) liga para o marido e diz que estava pensando nele:

-Vai procurar o que fazer mulher!

Sem saber se ria ou chorava com a relação conjugal da amiga, o grupo se surpreende com a declaração de outra colega:

- Se fosse eu rasgaria a lingerie, me jogaria sobre ele e diria ENTÃO PEGUE!

Não deu para segurar e a risada coletiva rompeu todo o silêncio melancólico que a BROXADA feminina ocasionara.

A conversa seguiu com algumas dicas para atrair o marido e oportunizar a renovação da paixão:

- Já fez de tudo?!

- Que tal explorar os fetiches! Tem um motel ali que é o que há...

A amiga que BROXara e continuara com a libido adormecida conclui:

- Não adianta, tou morta!

Então surge uma declaração coletiva e por que não dizer compadecida:

- Amiga também pode ser salva-vidas!!!!! Visitas ao sexshop e conversas sobre prazer podem desaBROXÁ-lo e fazer a SUA vida vir à tona...

Verdade e Luto

É duro chegar ao momento em que se percebe a ilusão tomando forma, se fazendo concreta. Não, não há aquele amor! Aquela busca por ser, ou encontrar alguém especial, chega ao fim. MORRE.

E, se não contamos mais com a ilusão do grande amor, com a ideia de que, em todo o planeta Terra, Deus designou alguém que irá nos fazer feliz, nos amar... Resta-nos a banalização?!

A banalização do olhar?

A banalização do encontro?

A banalização do beijo?

A banalização do amor ou, nessas circunstâncias, do sexo?

Preciso me apegar a essa VERDADE que despida machuca e faz chorar ou, simplesmente, querer?!

Querer sonhar?

Querer acreditar?

Querer amar e, reciprocamente, ser amada?

Pensando em QUERER busco aceitar, me conformar com a verdade, seja ela qual for... Dolorosa, ou não, se faz necessária e faz crescer (assim espero!).

Começa a me faltar fôlego para novamente “amar”, me iludir ou sonhar. Será a verdade a me assombrar?!

A possibilidade de banalização me faz entristecer, quase fenecer... Algo em mim precisa morrer para que eu venha a banalizar e, então, não serei mais EU!

Entro em LUTO e luto para viver...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Fora do Ar

Frustração. Constrangimento. Dúvida. Questionamento.
Mania de refletir!

“Estou dividida entre a razão e a emoção ou entre o controle e o sentimento?”

Ei, cuidado!

Senti um impacto invasivo e por que não dizer doloroso. Fui atropelada pelas reflexões alheias que, de repente, ganharam vida em mim, em meus conflitos interiores: “Ser livre não nos permite NÃO ESCOLHER”.

Oh, não! Por quê?

Abro o MSN e, mais uma vez, sou acometida pelas reflexões de outrem “ É a liberdade que nos prende”.

Como assim? Já não sei mais se ser livre me agrada.

Tento escolher, mas dói. Ficar presa angustia.

O que fazer?

Passa o tempo. Resolvo relaxar. Bater papo com um amigo inspirador. Quero escrever, criar, reinventar... Ele me diz “Só escrevo quando estou livre. Livre para chorar, sorrir... Para me mostrar!

Mais confusão! Se para escrever preciso estar livre, volto a me perguntar QUERO, OU NÃO, ESCOLHER?

Preciso!!!! Não consigo integralmente... Então, fico fora do ar e esta crônica se põe a me mostrar...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O sentido da vida

Em 2009.2
Às vezes me pergunto - “Qual o sentido da vida?” – viver, sobreviver, manter a espécie...
Não sei... Difícil dizer!
Hoje tenho 28 anos, uma filha de quatro anos, um trabalho, muita coisa para estudar e múltiplas necessidades. Sim! Meus anseios se modificaram e se transformam sempre.
Quando criança bastava-me o amor materno e a segurança que este oportunizara.
Na adolescência o desejo de liberdade, a busca pela autonomia, o sonho de encontrar um “príncipe encantado” e de ser por ele amada mantinham-me firme na caminhada.
No início da vida adulta a busca pela admiração e reconhecimento alheios, bem como a garantia de uma carreira sólida no âmbito acadêmico e profissional me fizeram lutar.
Enquanto mãe o infinito envolvimento com o caminho rumo à sensação de estar fazendo o “certo” (ao educar) me orienta a um “viver” diferenciado e indescritivelmente solidário.
Hoje?! Vejamos...
Menina bonita, criança esperta!
Adolescente romântica e por que não dizer problemática?
Mulher moderna, que se garante: trabalha, estuda, cuida da filha, administra a casa...
É?! Não apenas...
Mulher sozinha, que tem medo, fica deprimida e chora. Sim, admito! Choro. Choro com saudades, choro por arrependimento, por amor, por medo. Eu choro...
Vivo e sobrevivo, durmo e acordo, caio e levanto, escrevo e apago, revivo, espero, desejo, necessito...  
O que devo buscar? Onde devo procurar? Quando vou com a satisfação encontrar?
Tenho quase 30 anos e ainda busco amor de mãe, de pai, de filha e – por que não dizer – do velho príncipe encantado que habitara minha adolescência...
Não posso dizer que não sou feliz, algo dentro de mim não permite (quanto não! Ponto de reflexão). Tenho tantas coisas, fiz tantas conquistas...
Mas, ainda sinto uma falta, uma necessidade em aberto, algo que não consigo identificar.
Será que esse é o sentido da vida?! Buscar algo – mesmo sem saber – que não temos...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Crise existencial em versos

Contradições!? (setembro/2009)

Me sinto fraca
Demonstro força
Meu corpo dói
Falo grosso
Quero dormir
Não consigo
A insatisfação
Toma conta de mim
Não estou feliz comigo
Como, jogo, me afobo
Não gosto de jogar
Não tenho fome
Não desejo maltratar
O que há comigo?
Tenho um amor
Quero que fique perto
Quero que fique longe
Não sei o que fazer
Meus sentimentos são tortos
E posso fazer os do outro mortos
Às vezes acordo triste
Sem vontade de ver ou ouvir
Não, mas nunca pensei em morrer
Quero viver!
Busco uma plenitude
Busco atitude para alcançá-la
Mas, como?
O que devo fazer?
Parece que sou aberta e sincera
Mas, no fundo...
No que tenho de mais profundo
Não me deixo conhecer
Me sinto invadida
Parece que estou a esconder
Algo que nem eu conheço
Um ponto fraco
Então, ataco!

A razão carente (setembro/2009)

O amor
O desejo
O apego
Que pelejo...

Calor!?
Quentura!
A jura...
A censura
Que perdura.

Ah, o medo!?
O sentir
O cair
O ferir
Faz partir...

Que razão?
O coração!?
A emoção!
A comoção
Que me nega ou não.

Nego
Renego
Sem jeito
Rejeito.

Afirmo
Insisto
Refuto
E busco...

Inconsciente
Intermitente
O desejo inexistente
Que anuncia a razão carente.


O grito (setembro/2009)

Pensar sobre satisfação
É desvelar meu coração
É ver a mentira
Que habita em mim
É invadir meu próprio ser
Que outrora ignorei
Por que não pensei?
Pensar!?
Invasão agressiva
Dor desconhecida
Mexer em ferida...
Me conhecer
Me enlouquecer
Querer... Isso existe?
Não encontro
Fico triste
Quero querer a vida
Que não encontro à vista
Ou ao ouvido
E o sentido?!
Sim, o sentido
Não encontro...
Cogito, regurgito
GRITO!!!!!!

Quem sou eu? 2010.2

Quem sou eu
O que é tipicamente meu
O que de mim
Não apareceu?

Devo me permitir
Ir e vir
Simplesmente sentir
E esperar o "por vir".

Fazer o que intuir
Chorar ou sorrir
Viver a verdade
Descobrir a sinceridade...

Sem dor, sem culpa
Explícita ou oculta
Pois o meu grande temor
É não saber quem eu sou.

Não me conheço,
Não completamente
E sinto, de repente,
Algo novo em mim.



Sorrir ou refletir, eis a questão...

Antes que a anestesia acabe

Final da aula. Cem quilômetros a percorrer até em casa. Buracos na estrada. A música do créu. Oh, meu Deus! Além disso, um grande ponto de interrogação: o que é paixão?

Você chega em casa. Pensa em dormir. É quando ouve uma voz eufórica "Mãe, já está de manhã?". Outra interrogação que não lhe permite descansar.

O relógio marca meia-noite e vinte. "Filha, o que é paixão?" E ela fala com tom autoritário "Eu não vou dizer, quero DVD". Aquilo consegue inquietá-la ainda mais. "Só vai assistir se responder". "Tá bom! Paixão são duas pessoas que namoram, mas paixão não é namorar, é casar".

Aquilo lembra as recomendações maternais: paixão é ilusão, é engano. Você reflete: paixão, engano e casamento... Tudo a ver! Por que não ouvi os conselhos da mamãe?

São duas horas da manhã. A criança dorme. As luzes se apagam. O despertador toca num abrir e fechar de olhos.

São seis horas da matina.

A hora está avançada. Você sai. Algumas pessoas da família, como que se confraternizando, falam que não há novidades, não se tem o que fazer ou sobre o que falar.

Dona Augusta, minha avó com 87 anos, está na janela com olhar curioso. Então lhe pergunto "Vó, o que é paxão?" Ela torce a boca e diz "Isso é um troço qualquer, uma mentira que inventaram para enganar os bestas".

Um primo interfere: Paixão existe, mas é um momento de fraqueza. É mentira, pois se acredita não poder viver sem alguém. Tem cabimento?".

São sete horas. O atraso ao trabalho fica cada vez mais próximo. Não dá para sair dali. Fui enganada, fui fraca, vivi uma mentira.

Nesse momento, uma prima diz "A paixão acontece quando o coração dispara, se perde o chão, se sente calafrios. É como uma anestesia".

Chica, uma senhora que vive pegando carona nas refeições na casa da minha vó, entra na conversa e diz "Entonce é bom!".

A prima, que acabara de definir paixão e contara com a apreciação de Chica, se surpreende ao ouvir do seu marido "Bom?! É pura enganação. Você não conhece o outro, fica cego e não reconhece os seus defeitos. Tudo é mil maravilhas. Depois...".

A prima arregalou os olhos. Pensei: o efeito da anestesia que lhe aplicaram está findando.

Sete e trinta. Você já está atrasada, então corre. Mas não vai ao trabalho, sai à procura do seu marido. Melhor separar antes que a anestesia acabe totalmente...

Mania de refletir: a origem

Como alguém que (segundo comentários) transforma tudo em reflexão, nada melhor do que criar um blog, daí o nascimento do "Mania de refletir".

Com falta de habilidade para lidar com os "espaços virtuais", mas com grande desejo de REFLEVER ou ESCRETIR (para mim escrever e refletir estão intimamente ligados e podem se confundir), inicio timidamente.

Começarei com a socialização de produções anteriores que podem se configurar como conversas interiores (comigo mesma) ou como lazer (quando escrevo para sorrir). O que virá depois?! Difícil dizer...

Tenho uma forte tendência a MUDAR e, atualmente, a DÚVIDA é uma companheira frequente. Mudo de casa, de cidade, de trabalho, de IDEIA. Vivo intensamente e as coisas acontecem rápido demais... Bom, ao menos é assim que penso agora!